quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Um Conto Surreal – Peladas, Pedaladas e a Maconha?! [Hempovão 206#]

por Diogo Berna

 

Com a puberdade vêm as descobertas, às vezes boas e às vezes nem tanto. A estória que tenho hoje se encaixa nas nem tão boas assim, pois bem vamos a ela então. Tinha esse quem vos escreve uns 16 ou 17 anos de idade, era um puta atleta já despontando como uma promessa no ramo futebolístico, mas especificamente no ramo de colocar a gorduchinha na rede, ou seja, como dizem aqui pelos lados do norte brasileiro: um brocador nato ou centroavante oportunista. Os babas (peladas ou partidas de futebol) com os garotos de minha idade já não era suficiente, estava além de meus colegas de idade em sentido de categoria futebolística e sempre dava uma maior confusão quando se era para escolher os times, sempre eu sendo disputado por vezes a tapas pelos capitães das equipes. Na medida que fui me alongando ou crescendo, fui me tornando cada vez mais veloz e habilidoso, modesta parte, visto que chutava com as duas pernas e cabeceava bem. Os babas dos amigos já não eram suficientes tanto pelo teor técnico (ou falta dele), quanto pela frequência. Era um garoto fominha de baba, de modo que fui a cada dia entrando em todos os torneios e babas do meu bairro, com caras bem maiores e mais fortes; a chamada turma da maconha.

 

 

Pois bem, tornei-me a ser o caçula desse novo bando e continuando a bater um bolão. As amizades começaram a acontecer naturalmente, porém sempre tem alguém que não vai com sua cara, ora por inveja, ora por incompatibilidade mesmo. Tive o azar de pegar uma inimizade com um dos mais fortes integrantes da turma da maconha, e para azar dele em todos os babas de finais de tardes diários, ganhava na corrida pra ele ou dava um drible desconcertante no brutamontes. Eis que um dia me dei mal por pura força do destino. Estava eu na rua correndo ou fazendo algo como sempre quando ouço tambores rugirem a um raio de 2 km mais ou menos. Soube através de amigos que estava rolando um ensaio de uma banda cover do Olodum no bairro vizinho. Esse ensaio já era famoso na época, de modo que juntava muita gatinha nesses encontros. Tinha uma paquera por aquelas bandas e estava louco para chegar por lá e estampar minha cara dando um alô. Eis que me surge um camarada da turma da maconha super bêbado ou mamado com uma bike linda e nova. Sem pedir nada ele me oferece a bike para eu dar um pulo no ensaio. Achei estranho, mas como estava muito afim de ir lá, aceitei o presente que viria a ser de grego mais tarde.

 

Pois bem, com a certeza de que encontraria minha paquera e outros amigos no ensaio pedalei mais rápido do que o habitual de modo que chegara por lá em menos de 10 minutos. Quando cheguei vi aquele mar de gente se esfregando ao redor de repiques, tambores, caixas e surdos. Fiquei na bike vendo aquela coisa toda e procurando algum conhecido ou até minha paquera que por azar não deu as caras no dia. De repente o tal brutamontes que tomava dribles de mim aparece em minha frente totalmente mamado e com cara de quem quer brigar no meio daquela barulheira insana com cheiro de peido pra tudo que é lugar. Sem mais nem menos o desgraçado fala: “Essa bike é minha seu ladrão!”, e se joga contra mim derrubando-me no chão com bike e tudo e já me dando uma chave de braço na queda. O cara realmente sabia brigar, depois fui saber que era faixa preta de jiu-jítsu e capoeirista. Com o passar do tempo do enforcamento fui ficando roxo (ao menos era isso que ouvi falarem, a essa altura um grande amontoado de gente para ver o que estava acontecendo).

 

Os amigos dele falavam: “Solta o cara, não está vendo que ele vai apagar, pare de enforcar ele porra!”. Sem exagero, mas depois de uns dez minutos imobilizado naquela situação com um puta bafo de cachaça a aturar além da desconfortável chave de braço, os amigos do cara conseguiram tirá-lo do chão em cima de mim e dizendo: “Diogo, pega a porra da bike e se pique porque ele quer te matar e não vamos conseguir segurar ele por muito tempo”. Sem ainda entender nada do ocorrido e por puro instinto da puberdade e de antes de tudo sobrevivência. Peguei a desgraçada da bike e voltei ao meu bairro entregando ao outro bêbado que tinha me dado: “Porra cara, pensei que a bike era sua, o dono quase me matou caralho!”, eu falei. O bêbado na cara responde: “puta que pariu Diogo, não sabia que ele estava por lá, me desculpe, por favor,”. Como o cara era faixa preta de judô tive que o desculpar e voltar pra casa com o rabo entre as pernas ainda sem ter entendido o que tinha acontecido naquela fatídica e inesquecível tarde de um sábado. Depois do ocorrido ainda voltei a pegar uns babas com a turma da maconha, porém logo percebi que não existia mais um clima viável para continuar a dar meus dribles e fazer meus gols com a galera, abandonando o baba e de certa forma a minha vontade de ser um jogador de futebol.

12 comentários:

  1. ki fita meu mano, mais é isso ae mais esporte é aquele q vc vai na praia e brinca com os amigos vc pode curtir hoje em dia mais já deve ter passado a fase de fazer testes e pá

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  2. Sempre tem um otário desses para zuar com sua onda.

    Com o tempo a gente aprende a relativizar.

    Não dá pra confiar mesmo em todo mundo, infelizmente.

    Mas a gente aprende.

    Abçs

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  3. po mano era papo até de tu correr atras do teu preju...
    namoral!

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  4. que comedia kkkk
    deixou de ser jogador pq tomou um pau
    e a maconha vc fumava ou não?

    que merda!

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  5. antes só que mal acompanhado. cuidado quando chutar com as duas pernas, pra não cair hahahah...alguém me mata, por favor

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  6. Não entendi a moral da historia hahaha, voce desistiu por que quase morreu num lugar que fedia peido? brincadeira, mas é isso ae, sempre manter a onda positiva por que neguim pra atrasar sempre tem.

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  7. Aê, hempadão, que merda de história é essa?! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  8. Eu li esse texto duas vezes e não entendi a moral da historia! Dai eu fumei um agora e não consigo parar de rir! Será que eu entendi a moral da história ou é apenas efeito da erva???

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  9. é apenas efeito da erva

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  10. namoral, li o conto e pensei pra mim mesmo ''sera que so eu nao entendi direito essa porra?'' . ai fui pros comentarios e vi a galera rindo e gargalhei por uns 5 minutos rararararararara''

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